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Viveiro Municipal agoniza por descaso da prefeitura

A vereadora Karen Santos visitou, no dia 15 de julho, o Viveiro Municipal de Porto Alegre. Acompanhada do professor e ambientalista, Paulo Brack, Karen foi verificar as denúncias de que o local, situado na Lomba do Pinheiro, estava completamente abandonado, com centenas de plantas mortas e sem qualquer condição digna de trabalho.

O Viveiro Municipal, que tem mais de meio século de história, sofre com a falta de recursos e de investimentos e com a decisão do prefeito, Nelson Marchezan Jr (PSDB), de sucatear tudo o que é público para justificar a aplicação de políticas de privatização. Há quatro anos, a situação do viveiro se agrava. Atualmente, não há energia elétrica, falta água, as estruturas de estufas estão completamente destruídas, não existe segurança no local – o que já causou diversos episódios de invasão e furtos -, e há somente dois funcionários para cuidar de uma área de mais de 40 hectares. Além disso, o acesso ao viveiro é absolutamente precário.

De acordo com Brack, o descaso da prefeitura em relação ao Viveiro Municipal incorre em crime ambiental, uma vez que a negligência está causando a morte de diversas espécies, inclusive exóticas e ameaçadas de extinção. Dezenas de orquídeas que foram removidas do orquidário do Parque Farroupilha (Redenção) foram transferidas para o viveiro e agora estão sendo perdidas pela falta de estrutura e cuidados adequados.

Enquanto o Viveiro agoniza, a prefeitura gasta mais de dois milhões de reais para comprar mudas trazidas de São Paulo para arborizar a cidade. Uma contradição, visto que uma das principais funções daqueles espaço público é possibilitar o cultivo de mudas com um custo muito inferior para o município.

Diante da situação, nosso mandato encaminhou cinco pedidos de providência para a prefeitura. As solicitações são para o imediato restabelecimento da luz – o local está sem luz desde 2018 -, imediata regularização do abastecimento de água, manutenção da estrada de acesso ao Viveiro, manutenção das estufas e sombrites que abrigam mudas, e restabelecimento imediato do serviço de segurança e vigilância do local.

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Orçamento do município deve garantir verbas para combate ao racismo, políticas para povos indígenas e projeto para Capsi na zona leste

Na última quinta-feira, dia 25 de junho, conseguimos derrubar os vetos do Prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) sobre as emendas comuns à Lei Orçamentária Anual (LOA) que nosso mandato havia proposto. As emendas já tinham sido aprovadas na Câmara dos Vereadores, em votação realizada em dezembro de 2019, mas foram barradas pelo do prefeito.

Com a derrubada dos vetos, conseguimos garantir a destinação de verbas para o combate ao racismo institucional, para a promoção de políticas públicas para a população indígena e para a elaboração de um projeto para implementar um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi) na região dos bairros Partenon e Lomba do Pinheiro. Todos os recursos das nossas emendas são originados do remanejo de verbas do município previstas para a publicidade.

Com a derrubada dos vetos das emendas, dos R$ 37 milhões que seriam destinados para publicidade, R$ 150 mil devem, agora, ser realocados para políticas de enfrentamento ao racismo institucional e promoção da igualdade racial em Porto Alegre. Uma maneira de readequar prioridades e aumentar o valor destinado para realização de ações transversais de combate ao racismo, valorizando, protegendo e garantindo direitos humanos, destacando a expressão cultural, as tradições e os costumes coletivos de quilombolas, de terreiros e de organizações sociais.

– O Estado do Rio Grande do Sul tem registrado aumento de crimes de injúria racial. Diante disso, é fundamental que Porto Alegre dê exemplo, investindo em cultura, lazer, esporte e educação para combatermos o racismo e trabalharmos para a reparação história a qual somos responsáveis – pontua Karen.

Já a emenda voltada à população indígena, no valor de R$ 40 mil, visa o desenvolvimento de ações, projetos e políticas públicas direcionadas aos povos indígenas que garantam o direito de autonomia, de organização social e de propriedade cultural, protegendo as formas de expressão e tradições. Na capital, os Kaingang, Guarani e Charrua ainda remanescem e resistem à cultura do branco colonizador. Por isso, é fundamental potencializar ações de reparação e aumentar as verbas destinadas para as políticas direcionadas a esses povos.

Por fim, a emenda que destina R$ 70 mil para a elaboração de projeto para criar um Capsi na zona leste da Capital é de extrema importância, visto as demandas da população da região e a necessidade de buscar a promoção da atenção psicossocial, garantindo cuidado integral e acesso universal e equânime aos serviços. Importante ressaltar que os bairros Partenon e Lomba do Pinheiro, juntos, possuem mais de 97 mil habitantes. A instalação de um centro de atendimento na área pode significar, portanto, a possibilidade de atendimento dessa população, especialmente crianças e adolescentes, contribuindo para a redução dos custos de deslocamento das famílias, que não precisarão mais ir até o centro da cidade para conseguir acessar esses serviços.

– Sabemos que Marchezan terá resistência em aplicar esses recursos. Por isso, é imprescindível que haja pressão popular para que a lei seja cumprida e as verbas sejam aplicadas nessas áreas que são tão essenciais para a população de nossa cidade. Seguiremos fiscalizando e lutando para que o orçamento seja executado – finaliza Karen.

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Mandato vai ao MPT por condições dignas e seguras de trabalho para os entregadores de aplicativo

Diante do avanço da pandemia do novo coronavírus em Porto Alegre, a vereadora Karen Santos protocolou uma representação no Ministério Público do Trabalho solicitando que as empresas de entregas que operam por aplicativos, como Rappi, Uber e Ifood, tenham a responsabilidade de providenciar todos os materiais básicos de higiene e proteção aos profissionais que trabalham como entregadores. A representação solicita, ainda, que as empresas garantam e realizem campanhas de vacinação contra a gripe comum (H1N1), além de instalação de pontos para higienização dos motoristas que prestam serviço por meio dos aplicativos.

Entregadores de aplicativos seguem trabalhando, mesmo em meio ao decreto de situação de emergência e, inclusive, com aumento da demanda de entregas de insumos e transporte de passageiros. Com isso, ficam expostos a situações insalubres e penosas de trabalho. Além das longas jornadas pedalando ou dirigindo pela cidade e tendo contato com outras pessoas, esses trabalhadores se deparam com a total ausência de responsabilidade ou comprometimento por parte das empresas. Milhares de entregadores executando uma atividade essencial para esse momento de crise sanitária, que exige distanciamento social e redução de circulação pela cidade, estão expostos a graves riscos à saúde, bem como risco de morte.

Os trabalhadores de entrega estão frequentando ativamente mercados, lojas de alimentos diversos, feiras e farmácias para abastecer famílias inteiras, para que estas possam ficar reclusas em seus lares. O delivery, por exemplo, vem proporcionando o funcionamento de restaurantes que se encontram fechados ao público. Isto é, em uma ponta, a logística dos entregadores permite que se realize o isolamento domiciliar e, em outra, permite que estabelecimentos comerciais sem público permaneçam funcionando, movimentando a economia da cidade.

No entanto, os entregadores de aplicativos seguem desprovidos de garantias de saúde e de segurança. As empresas, multinacionais gigantescas e com enormes faturamentos, não disponibilizam muito mais do que algumas informações sobre prevenção e a possibilidade do cliente (e não o entregador) escolher se quer ter contato ou não na hora da entrega. Também não há nenhum comprometimento das empresas de pagar auxílio aos entregadores que, eventualmente, adoecem exercendo o trabalho.

Entregadores de aplicativos formam, atualmente, uma das categorias mais precarizadas em nosso país. Muitos trabalham mais de 14 horas por dia, todos os dias, para no final do mês conseguir ganhar não muito mais de um salário mínimo. Em sua maioria, são jovens que se viram diante do abismo do desemprego e, como única possibilidade, encontraram no trabalho por aplicativo uma saída para buscar o sustento. As empresas lucram e crescem sem nenhuma contrapartida aos trabalhadores. Alegam ausência de vínculo empregatício e com isso se eximem de qualquer responsabilidade em relação às condições de trabalho e de segurança dos trabalhadores.

– Os entregadores por aplicativo trabalham em situação precária, em jornadas excessivas, sem alimentação apropriada e, dependendo do meio de entrega, praticando esforço físico descomunal. Se, em situação “normal” dependem de bares, restaurantes e postos de gasolina para irem ao banheiro e se alimentarem durante a jornada de trabalho, durante o estado de calamidade, para manter a saúde dos entregadores, é necessário tomar medidas ágeis para assegurar, no mínimo, sua higiene, hidratação e boa alimentação – reforça Karen.

Para esta quarta-feira (1º de julho), está marcada uma grande mobilização, em todo o Brasil, de entregadores de aplicativos. Chamado de “Breque dos APPs”, eles reivindicam condições dignas de trabalho, aumento da remuneração por quilômetro rodado, seguro contra roubo e acidente, auxílio para trabalhadores adoecidos pelo coronavírus, garantia de afastamento e renda para trabalhadores que integram o grupo de risco, além de fornecimento de equipamentos de segurança como álcool em gel, máscaras, luvas e locais adequados para higienização.

Nosso mandato está ao lado destes trabalhadores na luta por direitos!

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Frente à pandemia, nossas emendas impositivas são readequadas para a área da saúde

A Câmara dos Vereadores aprovou, em 2019, um projeto de lei que criou o orçamento impositivo. Com isso, vereadoras e vereadores ficaram autorizados a destinar, por meio de emendas parlamentares, até 0,65% da previsão orçamentária anual do município para diferentes áreas e projetos de Porto Alegre. Havia ainda a determinação de que 50% desse valor fosse destinado à saúde. Pela lei, o poder executivo tem a obrigação de aplicar as verbas no decorrer do ano de 2020.

A vereadora Karen Santos, através de uma construção coletiva, elaborou e encaminhou 67 emendas à Lei Orçamentária Anual (60 emendas impositivas e sete emendas comuns). Destas, 64 foram aprovadas. A partir de processos amplos de diálogo com comunidades de diferentes regiões da cidade, sobretudo de regiões periféricas, o mandato propôs destinação de verbas para manutenção de parques, praças e ruas, para promoção da cultura de raízes negras e populares – principalmente do Carnaval –, para o combate ao racismo, para o desenvolvimento de políticas de promoção da saúde da população negra e indígena, para escolas municipais, para a atenção psicossocial e para postos de saúde.

Mesmo aprovadas, as emendas esbarraram na indisposição do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) em aplicar as verbas. No início de 2020, inclusive, o mandato ingressou na Justiça e ganhou ação que obrigava a prefeitura a aplicar o valor destinado ao grupo bronze do Carnaval. Ainda assim, Marchezan se negou a executar o valor.

O decreto de situação de emergência e o avanço da pandemia do novo coronavírus, no entanto, trouxeram um grave cenário para a população e para a saúde pública da cidade. Diante disso, o mandato trabalhou rapidamente para readequar a destinação das emendas propostas e aprovadas em 2019. Mesmo compreendendo a importância da manutenção de espaços de lazer e da cultura para as comunidades, a avaliação foi de que, neste momento, todos os esforços devem se voltar para a melhoria das condições dos postos de saúde – tão fundamentais nos primeiros atendimentos da população.

Por isso, todas as emendas que destinavam verbas para manutenção de parques, praças e ruas foram redirecionadas para o Postão da Cruzeiro, Unidade de Saúde Rubem Berta, Unidade de Saúde Domênico Feoli, Unidade de Saúde Rincão e Unidade de Saúde Panorama. Além disso, a emenda impositiva que estabelecia verba para promoção de políticas para a saúde da população negra foi readequada, diante da emergência, para a compra e distribuição de cestas básicas para as comunidades quilombolas de nossa cidade, pela compreensão da necessidade de garantia de alimentação e de condições dignas de sobrevivência.

Com essa readequação, a vereadora Karen Santos destinou mais de R$ 840 mil para a aquisição de EPIs para profissionais de saúde e de equipamentos médicos essenciais ao atendimento e ao combate do coronavírus. Desse total, R$ 620 mil foram destinados para o Postão da Cruzeiro, um posto de pronto atendimento essencial e de referência para a população, que atende diariamente milhares de pessoas.

A aplicação dessas verbas precisa ser imediata, sob o risco de comprometer ainda mais o atendimento das vítimas de COVID-19 e o enfrentamento desta pandemia. Marchezan vinha demonstrando absoluta falta de comprometimento e lentidão para aplicar as emendas. É notório, também, que o prefeito continua operando uma política de descaso e precarização da saúde pública de Porto Alegre. Em meio à maior e mais grave crise de saúde do século XXI, o prefeito continua com as ameaças de demissão dos profissionais do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (IMESF) e com os anúncios de fechamento de unidades de saúde. Sem falar nos atrasos dos vales-alimentação dos profissionais do município que estão na ponta do combate à pandemia e no problema de falta de médicos nos postos de saúde.

É fundamental reafirmar que há verbas disponíveis para a melhoria das condições dos serviços de saúde da cidade. E que a flexibilização do isolamento social está levando a um vertiginoso aumento da ocupação das UTI’s. Marchezan aposta na política de morte e quem vai pagar a conta é a população periférica, majoritariamente negra, da cidade. O que não existe é disposição do Prefeito Marchezan em aplicar esse dinheiro, que é público. Marchezan precisa agir, sob pena de responsabilização administrativa. O momento é gravíssimo e as medidas precisam ser adotadas com rapidez e com a urgência que a situação exige.

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Mandato aciona MPF para investigar ilegalidades no transporte público de Porto Alegre

A prefeitura de Porto Alegre decretou, no mês de março de 2020, situação de calamidade pública em função da pandemia de COVID-19. Desde então, as empresas de ônibus da cidade iniciaram um processo de suspensão de linhas e de redução/alteração dos horários de circulação dos coletivos. Medidas que causam sérios problemas para população porto-alegrense usuária do transporte público, como superlotação e atrasos recorrentes.

Comunidades de regiões da Lomba do Pinheiro e do Rincão (zona leste e sul, respectivamente) organizaram protestos e abaixo-assinados que exigiam a retomada das linhas e normalização das tabelas de horários. Nas manifestações, os moradores relataram as dificuldades enfrentadas no deslocamento para o trabalho e o medo de contaminação pelo coronavírus uma vez que, com os ônibus lotados, fica impossível manter o distanciamento recomendado para evitar a propagação do vírus.

Diante da grave situação e do absoluto descaso da prefeitura e das empresas de ônibus – que desrespeitam, sem consequências, os decretos municipal e estadual que estabelecem a capacidade máxima de transporte nos coletivos durante o período da pandemia –, o mandato da vereadora Karen Santos (PSOL) acionou o Ministério Público Federal (MPF). A Representação requer a investigação das ilegalidades e omissões no transporte público de Porto Alegre, tanto por parte da prefeitura quanto das empresas.

Ao não respeitar o número máximo de lotação dos ônibus e suspender linhas na cidade, as empresas aumentam as possibilidades reais de contágio pelo coronavírus e, com isso, colocam em risco a vida da população. Além disso, há evidente omissão do poder executivo, representado por Nelson Marchezan Jr. (PSDB), e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que não fiscalizam as irregularidades e, menos ainda, tomam qualquer atitude para resolver o problema.

Tais negligências atentam contra a saúde pública e o direito fundamental mais elementar, que é a vida, assim como também, de forma reflexa, atingem o Sistema Único de Saúde (SUS), em decorrência do aumento do número de internações por COVID-19 decorrentes das inevitáveis contaminações em decorrência das aglomerações nos ônibus da capital, que atentam contra o dinheiro público, tanto pelo desrespeito do dever licitatório das empresas concessionárias, como pelas despesas com saúde pública diretamente relacionadas ao aumento dos contágios inerentes à flexibilização do isolamento social.

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Brasil se soma aos protestos antirracistas

Neste domingo (7), no Brasil, terceiro país no mundo com mais mortes e casos de contaminação, ocorreram importantes manifestações contra o presidente protofascista Jair Bolsonaro. Grandes capitais brasileiras como São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS, Salvador/BA, Goiânia/GO e Belo Horizonte/MG marcharam em luta antifascista e antirracista.

No Brasil, morre mais de uma pessoa por minuto em decorrência do coronavírus. A grave crise econômica que iniciou em 2014 e elevou o desemprego há mais de 12 milhões de trabalhadores/as se aprofundou no último período com as contrarreformas neoliberais de Michel Temer e Jair Bolsonaro — contrarreformas trabalhista, da previdência e a imposição de limite de gastos em políticas sociais. Além de não resolver a questão do desemprego essas reformas elevaram o número de trabalhadores/as precarizados/as ou trabalhadores/as informais sem direitos — 59,8 milhões de trabalhadores sem direitos trabalhistas — e rebaixaram as condições de vida e trabalho.

A situação de crise sanitária se somou às diversas questões históricas e estruturais do período colonial jamais resolvidas no país. No Brasil, último país do mundo a abolir a escravização, os dados são gritantes: 75% dos/as mais pobres são negros/as; 63% das casas chefiadas por mulheres negras estão abaixo da linha da pobreza. O racismo se apresenta na negação dos direitos mais básicos como saúde, educação, habitação, saneamento básico e emprego. Pretos/as e pardos/as sem escolaridade morrem quatro vezes mais pelo novo coronavírus do que brancos/as com nível superior no Brasil.

Jair Bolsonaro, alinhado ao governo de Trump, negou a situação de pandemia e a classificou como gripezinha. Até o momento 691.962 de brasileiros/as foram infectados/as e 36.499 morreram. No entanto, como não há uma política de testagem em massa, sabemos que esse número é muito maior e há estudos que sugerem que a subnotificação seja de 4x a 14x maior.

A política do governo federal para as trabalhadoras e trabalhadores foi o lançamento de Auxílio Emergencial durante três meses. Esse auxílio financeiro consiste num repasse mensal de R$ 600,00 ou pouco mais que meio salário mínimo que já é extremamente insuficiente para viver. Mais de 96 milhões de brasileiras e brasileiros solicitaram o auxílio, porém apenas 59 milhões receberam . Por outro lado, o governo lançou Medida Provisória (MP 927/20) em que autorizou a redução da carga horária com redução de salários e não há política contra novas demissões. Até o momento foi gasto R$ 152 bilhões de reais com o Auxílio Emergencial e R$ 1,2 trilhão disponibilizados aos bancos brasileiros.

Nas comunidades de periferia das grandes cidades brasileiras o coronavírus tem sua mortalidade potencializada. Estima-se que 11,5 milhões de brasileiros moram em casas superlotadas, com mais de três pessoas por dormitório, e 31 milhões não têm acesso a uma rede geral de distribuição de água. Em 2010, se contabilizou 6.329 favelas em 323 municípios. Combinado a isso, a mercadorização da política pública de saúde e a privatização de leitos reforça a segregação racial e econômica, além da ausência de condições de trabalho para trabalhadores essenciais da saúde como a falta de equipamentos de proteção individual.

A juventude e as trabalhadoras e trabalhadores começam a ganhar as ruas brasileiras num contexto de muita instabilidade e com potencial explosivo. As grandes promessas que nasceram com a globalização e o neoliberalismo se desmancharam no ar. Num país polarizado e em luta contra a extrema direita a justiça é o protagonismo da comunidade negra conquistando a dignidade, o respeito e a riqueza que foi roubada por séculos de escravidão. A saída para a situação brasileira passa necessariamente pela derrubada do governo Bolsonaro e por uma política de superação do genocídio do povo negro e da conquista da igualdade substancial.

*Artigo produzido pelo coletivo Alicerce e traduzido por Natalia D’Amico para a Agencia de Noticias RedAcción (ANRed) da Argentina.

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Estratégia da prefeitura pode estar gerando grave subnotificação da Covid-19 em Porto Alegre

“Marchezan, o Bolsonaro dos pampas”. Infelizmente, isso pode soar como elogio para alguns; mas aqui a régua é a inépcia para lidar com a crise sanitária que vivemos em decorrência do COVID-19. Nem os mais fervorosos apoiadores de Bolsonaro acreditam que ele faz um bom trabalho; aliás, a reunião ministerial gravada e tornada pública bem demonstra o completo descaso com a questão.

Nesse ponto, alguns prefeitos e governadores têm sido elogiados por sua atuação; na prática, porém, há casos que tão somente ocorrem porque o padrão de comparação é a incompetência do Governo Federal. Marchezan (e Eduardo Leite, é bom frisar, embora o foco aqui seja a Administração Municipal) é o exemplo típico.

Nos últimos dias, tem-se discutido o relativo controle da pandemia em Porto Alegre. Conforme os dados públicos, porém, há uma relação direta entre a maior quantidade de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em relação àquelas por COVID-19 e a testagem da população para a COVID-19. O gráfico que ilustra essa postagem mostra que Porto Alegre está no topo dessa listagem. Conforme o jornalista Marcelo Soares, “No canto superior esquerdo, estão as capitais que testam pouco Covid e têm alta proporção de mortes atribuídas à SRAG. No canto inferior direito, capitais que testam bem Covid e têm baixa proporção de mortes por SRAG”.

Basicamente, isso significa que Porto Alegre está adotando a mesma estratégia do Governo Federal: tapando os olhos para não ver as mortes por COVID-19. No caso, deixando de testar e, assim, subnotificando como projeto de Governo a efetiva incidência do vírus na nossa população.

Analisando o Boletim COVID-19 nº 77/2020 da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, verifica-se que houve verdadeiro salto de atendimentos por síndrome gripal nas unidades de saúde de Porto Alegre em 2020, comprovando que a questão está relacionada com a COVID-19. A título exemplificativo, o número de pacientes atendidos nas unidades de atenção primária por síndromes gripais, em maio de 2019, foi de 257; em maio de 2020 pulou para 1.199. Já nos registros de óbitos, em todo estado do Rio Grande do Sul, verifica-se que, de 16 de março a 8 de junho, tivemos 18 óbitos por SRAG em 2019; em 2020, pulou para 94.

Enquanto isso, ao invés de intensificar o combate à pandemia e a testagem ao vírus, o único plano de Marchezan é demitir os trabalhadores do IMESF e terceirizar ilegalmente o serviço público. Os “modos” do prefeito podem ser um pouco menos grosseiros, mas a tentativa de destruição dos serviços públicos e a inaptidão no combate à pandemia são idênticas às de Bolsonaro.

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Debate virtual discute devastação ambiental

Nesta sexta-feira, dia 05, o Coletivo Alicerce e o Mandato do Povo que Batalha farão uma live para debater a “devastação capitalista e os desafios socioambientais”. Será a partir das 19h, com transmissão ao vivo pela página www.facebook.com/karensantosalicerce/.

A vereadora Karen Santos conversará com Paulo Brack, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (INGÁ). Na pauta, estarão questões que abordam o avanço das políticas de destruição do meio ambiente no Brasil, os ataques aos povos originários, os impactos disso na vida do nosso povo, além dos desafios que estão colocados na luta em defesa do meio ambiente.

Está em curso, no país, um perigoso projeto de aniquilação de nossas florestas e recursos naturais em nome de um avanço, principalmente, do agronegócio e pecuária. E discutir isso se faz ainda mais urgente e necessário diante das recentes declarações criminosas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de que o momento da pandemia do novo coronavírus seria ideal para aproveitar a distração da mídia e “passar a boiada” na alteração das leis ambientais do Brasil.

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Moradores da Lomba do Pinheiro protestam contra extinção de linhas de ônibus

Na noite da última segunda-feira (25), moradoras e moradores da comunidade da Vila Mapa, na Lomba do Pinheiro, protestaram contra as recentes medidas de extinção e unificação de linhas de ônibus que atendem a região. Dezenas de pessoas se mobilizaram com faixas, cartazes e palavras de ordem, exigindo a retomada da operação da linha 394-Mapa.

A manifestação foi organizada depois que a empresa de ônibus responsável pelo transporte público da região decidiu desativar a linha 394 e unificar com a linha Quinta do Portal. Ação que vem causando transtornos para a população da região, que passou a enfrentar problemas – principalmente nos horários de pico – e a ficar ainda mais exposta aos riscos de contaminação pelo coronavírus, uma vez que, com os ônibus abarrotados de gente, torna-se impossível manter o distanciamento recomendado para diminuir as possibilidades de transmissão da doença.

Com as recentes medidas adotadas pela prefeitura de Porto Alegre, de autorizar a retomada de atividades econômicas não essenciais, milhares de pessoas se viram obrigadas a voltar aos seus trabalhos. E a maioria depende do transporte público para se locomover de seu local de moradia para o seu local de trabalho.

Por isso, ainda que os donos das empresas de ônibus aleguem que a unificação das linhas ocorreu devido a baixa demanda, a realidade é totalmente diferente. Diariamente, moradoras e moradores da comunidade da Vila Mapa se deparam com ônibus superlotados, que muitas vezes sequer têm condições de parar nos pontos de embarque. Além disso, a unificação das linhas tem causado atrasos e descumprimento das tabelas de horários.

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Frente à pandemia, coletivos e comunidades se mobilizam para arrecadar cestas básicas

A chegada da pandemia do novo coronavírus no país aprofundou ainda mais os graves problemas já enfrentados pelo povo brasileiro. Famílias inteiras, que lutavam contra o desemprego e contra a informalidade, viram suas possibilidades de renda sumirem devido a necessidade de imediato distanciamento social. Crianças e adolescentes tiveram suas aulas interrompidas e, com isso, perderam o acesso às refeições e merendas que, para muitos, era a única garantia de um prato de comida.

Desde março, o brutal contexto de pobreza e de desigualdade social ficou ainda mais trágico. E a vida das populações periféricas ficou ainda mais difícil. O governo federal, depois de muita demora, anunciou um auxílio emergencial de R$ 600 reais para desempregados e trabalhadores informais. Mas devido as dificuldades para cadastro, falta de internet, problemas no sistema e má vontade do governo, muitas famílias ainda não conseguiram solicitar e receber o auxílio.

Foi diante disso que, em Porto Alegre, diversos coletivos e comunidades se uniram em uma campanha de solidariedade ativa, objetivando arrecadar doações para a compra e distribuição de cestas básicas e materiais de higiene e limpeza para famílias da periferia da cidade. A campanha “Quem tem fome tem pressa” iniciou ainda no mês de março e, até o momento, chegou a mais de 200 famílias.

A campanha se faz necessária frente aos olhos fechados e do descaso de quem deveria estar garantindo alimentação, saneamento básico, moradia digna, saúde e assistência para a população, desde antes da pandemia. É por isso que, além de arrecadação e doação de alimentos, a campanha cumpre também papel de diálogo com as famílias e de incentivo à organização e luta coletiva do povo batalhador por deireitos.

O momento é difícil para todas e todos. Mas para quem puder contribuir, as doações – de qualquer valor – podem ser feitas por meio das seguintes contas:

– BANCO DO BRASIL:

Ana Paula Guadagnin

Ag. 1248-3

Cc. 4284-6

– CAIXA ECONÔMICA FEDERAL:
Charlene Oliveira G. Silva
Ag. 0430
Op. 001
Cc.76789-8

– BANRISUL:
Perla S. dos Santos
Ag.1140
Cc.35.820199.0-6
CPF. 011.308980-59