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Karen assume vice-presidência da Cuthab

A Justiça determinou, no dia 05 fevereiro, que a Câmara de Vereadores realizasse nova eleição para a Mesa Diretora e para presidência e vice-presidência das comissões, observando a proporcionalidade partidária e garantindo um dos seis espaços do colegiado ao Bloco de Oposição, composto por PT, PSol e PCdoB. A votação, que ocorreu na segunda-feira (08), elegeu a vereadora Laura Sito (PT) para o cargo de 3ª secretária da Mesa. A vereadora Karen Santos (PSOL) foi eleita para a vice-presidência da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab).

Para Karen, que já fez parte da Cuthab nos anos de 2019 e 2020, a comissão é importantíssima porque encara problemas centrais da cidade e da população – como a regularização fundiária e o transporte coletivo.

“Essa comissão é um instrumento de discussão, de elaboração de projetos de leis e de fiscalização do cumprimento das leis que já existem na cidade. Nosso mandato batalhou muito para continuar integrando a Cuthab porque entendemos a pauta da regularização fundiária e o debate sobre transporte coletivo como urgentes para o povo. Porto Alegre tem hoje quase 300 mil pessoas que vivem em áreas irregulares. E a mobilidade por ônibus está cada vez mais precária e custando mais caro para os usuários”.

A vereadora ressaltou que o mandato está aberto e totalmente à disposição das demandas, necessidades e prioridades da população. “Contem com o nosso mandato e com o nosso coletivo para trabalhar no combate da máfia do transporte coletivo e também para averiguar de perto questões que envolvem especulação imobiliária, regularização de áreas e possibilidades de utilização de imóveis vazios para dar conta dos problemas de moradia na cidade”.

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Estamos a um mês do Dia Internacional de Luta das Mulheres

Se os impactos da pandemia estão sendo cruéis para a vida da população, para a vida das mulheres eles são ainda maiores e mais profundos. Isso porque as mulheres que são a maioria entre profissionais da saúde, na linha de frente dos hospitais e nos serviços essenciais.

Além disso, dentro de casa o trabalho é dobrado com o cuidado de crianças e de idosos. E os índices do último ano apontam para um aumento da violência doméstica e também do desemprego.

Em novembro de 2020, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,2%. Um problema gravíssimo, que foi aprofundado pela pandemia e que é ainda mais trágico quando se faz um recorte de gênero: o índice de desocupação entre as mulheres bateu alarmantes 17,2%. A realidade é que o emprego está tá cada vez mais distante das mulheres ou surge em um formato extremamente precarizado, na maioria das vezes terceirizado e aprofundando a exploração e a sobrecarga de trabalho.

Para as mulheres, falta garantia de renda, de alimentação e de emprego digno. E diante da ineficiente política de imunização do governo Bolsonaro, fata também vacina para as mulheres. Por isso, no próximo dia 8 de março – Dia Internacional de Luta das Mulheres – nada de flores. A batalha precisa ser por vacinação, renda, emprego e alimentação para todas!

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Vereadora Karen Santos entrega dossiê sobre transporte para novo prefeito

A vereadora Karen Santos entregou ao prefeito Sebastião Melo, em mãos, um dossiê sobre o transporte público de Porto Alegre. O documento foi elaborado a partir de denúncias recebidas pelo mandato ao longo do último ano e também do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho – Transporte, e a entrega ocorreu durante reunião, na última segunda-feira (11), da Bancada do PSOL com Melo.

O dossiê reúne questões como isenção de ISSQN, gestão pública de bilhetagem, superlotação dos ônibus durante o período de pandemia, suspensão e diminuição de linhas e horários, dívidas das empresas com a prefeitura, entre outras. Estão anexadas representações encaminhadas pelo mandato ao Ministério Público e ao Ministério Público de Contas, além de pedidos de informações e recomendações feitas pela vereadora para a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

A entrega do documento, que tem 149 páginas, foi acompanhada de cobrança para que a nova gestão garanta a manutenção das isenções da passagem e o emprego dos cobradores de ônibus, além de exigências contra o aumento da tarifa e por transparência nas contas e planilhas do transporte.

Este foi mais um momento de luta e pressão pelo direito a um transporte público digno e com qualidade para a população.

O dossiê pode ser lido na íntegra através do link: http://bit.ly/3oGdH7B

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Posição do mandato sobre a votação da Reforma Administrativa

A Câmara de Vereadores aprovou, por 25 votos favoráveis a 10 votos contrários, a Reforma Administrativa encaminhada pelo novo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que cria novas secretarias para a cidade. A votação ocorreu em sessão extraordinária, na última quinta-feira (07/01).

O sentido geral da Reforma foi de “acomodar” políticos da base aliada, com nomeação de CC’s e secretários – alguns deles impedidos pela justiça de concorrer às eleições, outros de absoluta incompetência, como Cezar Schirmer, prefeito de Santa Maria no ano da tragédia da Boate Kiss.

Junto a isso, a base do governo na Câmara opera um bloqueio aos setores que criticam suas iniciativas, como a falta de prioridade na política de vacinação para a COVID-19, a ameaça aos trabalhadores rodoviários, os conchavos políticos como forma de governar. O resultado foi a EXCLUSÃO da oposição na Mesa Diretora e nas Comissões, importantes espaços de interlocução com as comunidades e elaboração de políticas. Melo mostra, desde o início, que está de mãos dadas com os setores que buscam aumentar o sufoco do povo trabalhador para manter privilégios para os ricos, corruptos e poderosos.

Consideramos importante o retorno da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SME), que historicamente foi um espaço fundamental de convívio e construção de relações nas comunidades, assim como a atenção com a Causa Animal. Mas, infelizmente, sua recriação está a serviço da mesma lógica de acomodar interesses que não são os da maioria da população.

Por isso, votamos contra o projeto de Reforma Administrativa como um todo, junto ao bloco de oposição, e reafirmamos nosso compromisso de seguir as denúncias e o fortalecimento das lutas de quem está na batalha para sobreviver.

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1º de dezembro – Dia Mundial de Combate ao HIV/AIDS

A política de enfrentamento ao HIV/AIDS está em crise e sob ameaça no Brasil. Hoje, ainda somos referência mundial, garantindo atendimento gratuito e universal, tratamento (antirretroviral), testagem e preservativo. Tudo gratuito, tudo pelo SUS.

São os ataques à saúde pública e a reafirmação de uma ideologia preconceituosa que colocam em risco esse programa. Em 2020, Bolsonaro disse que quem vive com HIV é uma despesa para o Estado, como se a saúde não fosse um investimento, um direito de todos/as.

Seu governo também modificou o Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis – HIV, AIDS e Hepatites, extinguindo e dissolvendo esse órgão que era responsável por colocar em prática as políticas. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos defendeu a abstinência sexual como prevenção, e junto de outros setores sociais luta para combater a educação sexual nas escolas, que é fundamental para uma política séria de prevenção.

O projeto que está em curso é de retrocesso e redução de investimentos. Reforça uma ideologia que foi por muito tempo reverberada pela ciência, que destaca pessoas como “grupo de risco”, e utiliza o preconceito para justificar que o Estado não cumpra seu papel como garantidor de saúde pública e de qualidade para a população.

É preciso defender o SUS e a atenção primária, que com as estratégias de saúde da família têm profissionais de saúde capacitados para atender e acompanhar as pessoas que vivem com HIV/AIDS. É preciso lutar por educação sexual nas escolas, sem tabus, e pela manutenção das medicações gratuitas e distribuídas no SUS, direito que está sob ameaça de restrição (conforme classe social, gênero, ou outras avaliações que os governos podem fazer com o perfil da população).

Foi a organização e luta de diversos setores sociais que conquistaram os direitos que existem hoje. Dia 1º de dezembro é dia de celebrar essas conquistas mas principalmente se manter resistente. Defender e fortalecer o SUS! É dever do Estado proporcionar informação e prevenção, acesso aos serviços e qualidade de vida e longevidade para as pessoas que vivem com HIV/AIDS.

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Vitória do povo: Karen Santos é a vereadora mais votada de Porto Alegre

Karen Santos foi eleita, ontem (15), a vereadora mais votada da cidade de Porto Alegre. Foram 15.702 votos de pessoas que tiveram contato com as ações e debates propostos pela Campanha do Povo que Batalha e que apostaram nesta forma coletiva e revolucionária de fazer política. 

O mandato cresce junto com o PSOL este ano, que elegeu quatro vereadores e terá uma das maiores bancadas na Câmara de Porto Alegre, ao lado do PT e do PSDB. Pedro Ruas (segundo mais votado), Matheus Gomes e Roberto Robaina também farão parte da nova legislatura. 

Com muita humildade, a coletividade almejou falar com todas as pessoas dispostas a ouvirem, nos mais diversos cantos da cidade. A confiança depositada nas urnas reforça que é imprescindível seguir atuando, e dá a dimensão da responsabilidade que virá pelos próximos quatro anos.   

“A vitória é uma possibilidade de ecoarmos com muita força a voz do povo de Porto Alegre no parlamento, ampliarmos os debates sobre os problemas históricos desta cidade segregada, e buscar soluções junto da população. É uma oportunidade valiosa de intensificar a mobilização e organização, com trabalho duro para que as decisões no parlamento reflitam as necessidades reais do nosso povo”, enfatiza Karen Santos. 

Fica o agradecimento a cada voto de confiança e apoio. O laço estabelecido entre o Mandato do Povo que Batalha e os eleitores precisa se fortalecer e ir muito além do voto. A potência da coletividade permitiu essa vitória, e será a principal ferramenta para orientar a política dentro e fora da Câmara dos Vereadores.  

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Karen Santos: “O papel da mulher negra na sociedade e na política é um devir”

Entrevista concedida para o Brasil de Fato RS, em 22 de abril de 2020. Texto de: Fabiana Reinholz e Katia Marko. Edição: Katia Marko

“A forma como o racismo estruturou as relações de classe no Brasil segue como um fator determinante na definição de táticas, sobre o entendimento das prioridades políticas, sobre a conduta que a branquitude impõe nas comunidades negras, como se fossem objeto de política pública, e não como sujeitos capazes de analisar, formular e ser protagonistas na luta”, aponta a vereadora Karen Santos. Mulher negra, jovem, a representante parlamentar do PSOL, na Câmara Municipal de Porto Alegre, é também professora da rede estadual.

Ao analisar a participação das mulheres na política observa que dentro dos movimentos partidários e sindical existe uma barreira grande para que negros, sobretudo às mulheres, consigam se engajar de forma igualitária. Para ela, isso deriva das desigualdades produzidas pelo capitalismo e pelo racismo, que impõe ritmos de exploração e de opressão distintos.

Uma forma de reverter essa situação, opina Karen, é disputar a consciência das massas, de mulheres e homens para os ideais socialistas e igualitários. “É necessário dialogar, dialogar e dialogar. Não podemos militar, criar signos, simbologias e movimentos só pra nós mesmos. Ou buscamos a totalidade, temos uma política para o conjunto dos trabalhadores que tenha um conteúdo feminista, antirracista, anticolonial, pautado nos direitos já, tendo como motor uma verdadeira revolução, ou forjaremos guetos muito fáceis de serem abatidos por esses fascistas.”

Karen é a terceira convidada do Especial Mulheres na Política do Brasil de Fato RS, que por conta do isolamento social está sendo feito via e-mail.

Brasil de Fato RS – Gostaria de começar com um pouco da tua trajetória? Quando despertou o interesse pela política?

Karen Santos – Quando era criança me lembro de alguns fatos: meu pai era bancário do Banrisul e me recordo de termos militado na campanha do Olívio Dutra para governador do Estado. Me recordo também que meu primo havia concorrido pelo PCdoB à Câmara Municipal de Porto Alegre, e a casa da minha vó meio que virou um piquete eleitoral. Me recordo dos debates que envolviam raça e classe.

Minha família também frequentava muito os clubes negros da cidade, me lembro de pequena batendo perna no Odomodê, na Imperadores do Samba, assim como no Floresta Aurora, da qual meu pai chegou a ser conselheiro, e eu, minhas irmãs e meus primos tentamos criar um ‘grupo jovem’ que serviu pra fazer uma festa e depois se desarticulou. Na adolescência fiz capoeira na Escola de Capoeira Guerreiros, que é uma escola de capoeira muito engajada nas lutas sociais, e junto com o Mestre Farol participei de eventos como a Semana Municipal de Capoeira, Barracão da Capoeira, construímos o primeiro de encontro de mulheres do grupo – Menina Mandigueira, etc. Meu tempo de Grupo Guerreiros também foi base pro meu entendimento de política e sociedade.

Entro na UFRGS junto com minha irmã, para o mesmo curso – Educação Física. Ela para o primeiro semestre e eu para o segundo. A Renatinha ‘de cara’ se engajou no Diretório Acadêmico de Educação Física (DAEFi). Participou das lutas pelo RU na ESEF e dos encontros de área, e eu logo que entro começo a trabalhar no IBGE, onde realizo as pesquisas POF e PNAD. Ambas as pesquisas me permitem conhecer a diversidade e as desigualdades de Porto Alegre e Região Metropolitana. Termina meu contrato no IBGE e começo a participar do Movimento Estudantil, a convite da minha irmã. Primeiramente no movimento estudantil de Educação Física – MEEF/ DAEFi, e depois DCE da UFRGS. Em 2012, após a luta pela avaliação das cotas na UFRGS, criamos o Coletivo Negração, primeiro coletivo de estudantes cotistas da UFRGS. Na sequência vêm as jornadas de junho de 2013 e com isso o Coletivo Alicerce.

BdFRS – Tu és uma jovem vereadora em Porto Alegre pelo PSOL, também professora da rede estadual, mulher negra. Nessa tua trajetória como tu analisas a participação das mulheres na política e na atuação nos movimentos sociais?

Karen – Eu percebo que dentro dos movimentos partidários e sindical existe uma barreira grande para que nós negros, sobretudo às mulheres, consigam se engajar de forma igualitária. Isso ocorre pelas desigualdades concretas produzidas pelo capitalismo e pelo racismo que impõe ritmos de exploração e de opressão distintos, que objetivamente dificultam a participação e o engajamento em reuniões, campanhas, viagens, para compra de livros, para frequentar os mesmos lugares centrais, etc. Além do racismo e o machismo serem utilizados constantemente como instrumentos de poder, ou seja, para deslegitimar as discussões, para naturalizar essas condições desiguais, e para tirar o protagonismo desses sujeitos.

Com as ações afirmativas começamos a ver mudanças qualitativas na composição do movimento estudantil, mas igualmente com choques e muitas contradições.

A forma como o racismo estruturou as relações de classe no Brasil segue como um fator determinante na definição de táticas, sobre o entendimento das prioridades políticas, sobre a conduta que a branquitude se impõe sobre as comunidades negras, como se fossem objeto de política pública, e não como sujeitos capazes de analisar, formular e ser protagonistas na luta.

Já dentro das comunidades, dos terreiros, escolas de samba, clubes de mães, etc. vemos como as mulheres negras são lideranças comunitárias potentes. São elas que articulam comunidades, sabem dos problemas cotidianos de falta de água, falta de professor, e que muitas vezes não têm o mesmo entendimento do que é racismo ou machismo, mas cumprem um papel de articulação e memória dessas lutas dos bairros, dessas lutas do nosso povo.

Nesse sentido é bem complexo dizer de forma direita que a participação das mulheres negras é ‘assim ou é assado’, como se compartilhássemos todos das mesmas especificidades, cada local de atuação tem suas contradições, dificuldades e potenciais. Todos os espaços atravessados pelas relações de classe, raça e gênero.

BdFRS – Ao analisarmos a participação das mulheres, principalmente na política, observamos que vem crescendo, mas mesmo assim distante do ideal, mesmo tendo regramentos como a cota de 30%. Por que isso ocorre na tua avaliação? E dentro desse contexto, como está a participação das mulheres negras?

Karen – As mesmas dificuldades que apontei na pergunta anterior. Se queremos igualdade na política temos que exigir igualdade na sociedade. Parece uma brincadeira de mal gosto, quanto mais aumenta a pobreza, a miséria, a violência, mais se amplia a necessidade de cotas para dar uma aparência de democracia a esse Estado, visto o aumento das lutas do movimento negro e de mulheres que crescem em nosso país.

As ações afirmativas para negros e indígenas nas universidades públicas é um fenômeno que tem que ser considerado nesse sentido. Ao não se modificar as bases econômicas de nosso país, o mercado interno não absorve a força de trabalho que se qualifica. Temos muita gente com ensino superior trabalhando em qualquer coisa pra sobreviver.

Outra coisa, é que a luta por igualdade de fato não pode ser substituída pela luta por igualdade política, como se o sistema político brasileiro estivesse estruturado para as mudanças radicais que o nosso povo necessita. A luta radical contra o capitalismo e o racismo tem que ser a base de formação dessas lideranças negras, inclusive para aguentarem o que é o parlamento burguês. É muito fácil ‘cair’ no canto da sereia que só a representatividade importa. Ao mesmo tempo que ali dentro existem dois caminhos: a briga política constante pela justiça social e racial e o consequente isolamento, ou a cooptação ao que pode ser feito dentro da correlação de força, e se regozijar das parcas vitórias simbólicas que se conquista.

BdFRS – O que precisa ser feito para incentivar a participação das mulheres para que elas se tornem sujeitos desse processo?

Karen – Dentro do campo da esquerda marxista eu defendo que o debate de raça e gênero não pode ficar restrito dentro de setorial, precisamos desses elementos e desses sujeitos dentro do ponto de análise de conjuntura. Entender o que é o racismo institucional, o genocídio da força de trabalho negra, de como a segregação racial e econômica se expressam dentro do nosso país, etc. Digo isso porque ainda é muito comum recortarem a realidade no formato de ‘setoriais’ para aprofundar e depois não conseguirem mais fazer ‘o caminho de volta’.

O debate da pós modernidade, do fim da história, e da ocupação dos espaços de poder dentro da estrutura capitalista se tornou central em muitas organizações políticas de esquerda. E nesse sentido acredito que para incentivar a participação de mulheres, mulheres negras, nas mais diversas instâncias da política, temos que pautar a totalidade na sua formação política. Temos que formá-las pra entenderem de macroeconomia, incentivar a leitura dos clássicos, exercitar o debate cotidiano de situação política, dividir tarefas de coordenação de ações e projetos. E estar aberto para receber também todo acúmulo histórico e a bibliografia que não está dentro da cartilha marxista, utilizando o próprio método materialista histórico e dialética, para testar e apreender o que o povo negro trás de acúmulo político organizativo e concebe enquanto política, cosmovisão de mundo, etc.

BdFRS – Como tu definirias o papel da mulher negra na sociedade e na política. E sobre o compartilhamento político dos espaços de poder no país, ele existe?

Karen – As questões vão se complementando, de fato não tem como compartilhar o poder capitalista, racista e misógino que impera dentro das estruturas da sociedade capitalista brasileira. Compartilhar esse tipo de poder nem está no meu caminho de pretensões. Ângela Davis tem um livro que é ‘A democracia da Abolição, para além do império, das prisões e da tortura’, em que ela trata criticamente do modelo de democracia liberal que muitas vezes nos vemos defendendo.

Nesse momento difícil de acirramento da crise econômica e política temos que qualificar com mais precisão àquilo que defendemos. O papel da mulher negra na sociedade e na política é um devir, a comunidade negra analisando e se posicionando em relação aos fatos corriqueiros de violência e exploração a que somos expostas ajuda a forjar essa consciência coletiva que é necessária para entendermos qual o nosso papel coletivo e histórico.

BdFRS – Tu tens uma forte articulação com a questão quilombola. Como está a realidade desses povos aqui no Sul?

Karen – Atuamos enquanto Alicerce na Frente Quilombola/RS que basicamente se articula com os quilombos urbanos de Porto Alegre, tendo uma articulação também com o Quilombo de Morro Alto. Atualmente são sete quilombos na nossa cidade, a capital com o maior número de quilombos urbanos, sendo o primeiro titulado no Brasil o Quilombo da Família Silva. Dentro dessa nossa especificidade de territórios negros em meio urbano todos os problemas que ocorrem nas grandes cidades afetam de forma potencial esses territórios. Questões como o desemprego estrutural, a violência racista, a falta de direitos básicos são fatores que atravessam a luta pela manutenção dos territórios.

Ano passado em novembro fizemos uma manifestação em frente ao Incra, e conseguimos uma reunião com o superintendente para levar demandas referentes a demarcação e titulação dos territórios, em especial os quilombos do Fidelix, Machado e Morro Alto, que frequentemente sofrem tentativas de invasões. A reunião foi de pressão e em tom hostil. A precarização das instituições públicas responsáveis pelo acompanhamento da política indígena e quilombola é um instrumento de necropolítica, operado pelo Estado brasileiro, favorecendo setores da mineração e do agronegócio. Esse entendimento inclusive foi utilizado pelo superintendente para justificar sua morosidade em frente ao cargo que ocupa. Nesse sentido estamos em mobilização constante, nesse momento de combate a pandemia ao coronavírus a Frente Quilombola/RS está acompanhando de perto as necessidades dos quilombos, com uma campanha de arrecadação de cestas básicas, fabricação artesanal de EPIs, e também organizando pressões para que o Poder Público se responsabilize pelas demandas urgentes das comunidades.

BdFRS – Como tu analisas a atuação das mulheres, em geral, e também com um recorte específico das mulheres negras, no atual contexto de um governo de extrema-direita? Como garantir uma real democracia?

Karen – As mulheres estão na linha de frente de greves e mobilizações desde 2013. Percebo que nas ocupações das escolas houve lideranças femininas sendo perseguidas e criminalizadas, nas greves do funcionalismo público também. O março feminista desde então vem pautando um caráter de classe articulado com os problemas atuais e históricos que enfrentamos. Para além da liberdade sexual e reprodutiva que sempre foram pautas históricas, vemos as mulheres lutando contra a reforma da Previdência, por acesso a moradia digna, pelo direito de poder ter seus filhos longe da violência obstétrica, e vê-los crescer. Essa pluralidade de lutas é característica de uma sociedade como a nossa, que é plural, e o respeito a essas demandas faz o movimento crescer e ter a capilaridade que um Brasil do tamanho de um continente exige.

Processos como esses fortalecem uma perspectiva de luta, que abarque as questões de classe, de gênero, de religiosidade, de regionalidade, de sexualidade, de raça… afinal a realidade é interseccional, não em caixinhas. Somos atravessadas por inúmeras opressões, e o sistema opera esses níveis e ritmos distintos justamente para operar a fragmentação das lutas. A busca pela totalidade, e não de uma ‘pauta em comum’, mas a raiz histórica desses problemas é o que tem que nos interessar, obviamente sem abrir mão da particularidade.

É um exercício que a luta nos permite e exige fazer. Frente a esses governos de extrema-direita precisamos disputar a consciência das massas, de mulheres e homens para os nossos ideais socialistas e igualitários. É necessário dialogar, dialogar e dialogar. Não podemos militar, criar signos, simbologias e movimentos só pra nós mesmos. Ou buscamos a totalidade, temos uma política para o conjunto dos trabalhadores que tenha um conteúdo feminista, antirracista, anticolonial, pautado nos direitos já, tendo como motor uma verdadeira revolução, ou forjaremos guetos muito fáceis de serem abatidos por esses fascistas.

BdFRS – O machismo, na política, ainda persiste? Como ele se manifesta?

Karen – Objetivamente dentro do parlamento percebo que se manifesta na forma de chacota e piadas internas machistas, criando um ambiente hostil a manifestação de problemas centrais que atravessam a vida das mulheres trabalhadoras, como necessidade de moradia, resistência aos ataques ao plano de carreira de categorias majoritariamente femininas, como magistério, saúde e assistência.

Na diminuição dos argumentos levantado por mulheres ou na apropriação desses argumentos, desconsiderando o sujeito da fala; na falta de iniciativa dos homens em articular questões políticas centrais com mulheres que estão à frente de processos de luta e que remetem questões à Câmara, na expectativa criada de que a nossa pauta é basicamente restrita ao debate pós moderno de gênero, o feminismo liberal. Enfim, daria pra escrever um livro só de situações peculiares que nos deparamos cotidianamente na Câmara, e imagino que nos outros espaços institucionais parlamentares deva ser o mesmo, justamente porque são os mesmos setores que historicamente ocupam esses locais de decisão.

BdFRS – Como as reformas têm impactado na luta pelos direitos das mulheres?

Karen – As reformas empurram as condições de vida e de trabalho da população de um modo geral pra baixo. E pensando numa sociedade que se organiza a partir de marcadores sociais excludentes, quem massivamente acaba sendo expulso do trabalho formal para o trabalho informal, do emprego para o subemprego ou desemprego, e consequentemente mais necessitará das instituições públicas, são essas categorias que são a maioria.

Nosso modelo de capitalismo é muito excludente, a maioria da população, feminina e negra, é alijada do básico de direito e dignidade. Esse modo de reprodução do capitalismo que como diria Mészaros ‘tapa um buraco cavando outro’, e o Estado ultraliberal adotado desde o golpe de 2016 como uma resposta crítica ao problema da crise estrutural no nosso país, é um esquema político que não tem nada a oferecer aos trabalhadores e despossuídos. Nos colocaram numa sinuca de bico: vocês querem emprego ou direitos? E nesse sentido o desemprego de um lado e o trabalho extremamente precário do outro é o que vêm sendo oferecido a nossa classe. Estamos a dez anos com dois dígitos de desemprego, e ninguém debate uma saída imediata para esse problema.

BdFRS – Neste momento que enfrentamos a crise gerada pela pandemia do coronavírus, como você avalia a situação das mulheres? E o que precisa ser feito?

Karen – Vivemos um momento de muita confusão política sobre o que fazer e sobretudo como fazer, com que fazer, no sentido das mudanças estruturais que precisamos pra resolver o problema do desemprego, da miséria, da existência de bilionários e de pessoas em situação de rua. Precisamos de uma mudança no modo de produção que está levando a humanidade pra um buraco. O capitalismo não tem respostas para os problemas que enfrentamos. Esse é um debate complexo, mas mais complexo é conseguir desenvolver força social nesse sentido da raiz do problema, num momento que a maior parte das organizações políticas de esquerda estão mais preocupadas com as próximas eleições, ou com salvar o arranjo da Nova República que está sendo a quase uma década questionada pela crise econômica estrutural que afeta Brasil e Mundo.

É um momento de exercer muita solidariedade e de muito trabalho político de agitação das denúncias dos problemas que surgem a todo momento, e de propaganda política das ideias socialistas. Criar força social empoderada de um projeto de poder nosso, de quem vive do próprio trabalho.

BdFRS – Que mundo há de vir passada essa fase?

Karen – A gente entende que os sintomas da crise estrutural do sistema capitalista vão agravar ainda mais a condição de miséria e exploração nos países do globo, sobretudo àqueles que passaram por processos de escravização e colonialismo, como é o caso do Brasil. O endividamento dos estados com as Organizações Multilaterais imporá um ajuste econômico e fiscal maior aos trabalhadores, e uma reestruturação produtiva, advinda da implementação das novas tecnologias que igualmente serão utilizadas pra maximizar a produtividade, visando o lucro, em detrimento de desemprego, genocídio, e destruição do meio ambiente.

A análise da situação, nesse sentido, segue pessimista, principalmente porque no caso do Brasil em particular, já vivíamos o acirramento do ajuste neoliberal como alternativa pra crise do capital. Ao mesmo tempo é tempo de revoltas, o ser humano resiste à desumanização, à exploração e à opressão. Nosso povo brasileiro que compôs diversas revoltas da senzala, a constituição de quilombos, das guerrilhas a protestos massivos por democracia e por direitos como em 2013, há de ser testado novamente. A questão é: que lições tiramos desses processos e o que teremos a oferecer pra esse povo que vem sucessivamente sendo boicotado, perseguido e criminalizado em suas ações.

Publicado originalmente em: https://www.brasildefators.com.br/2020/04/22/karen-santos-o-papel-da-mulher-negra-na-sociedade-e-na-politica-e-um-devir

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Construindo pontes para fortalecer a luta das mulheres que batalham

A potência da nossa coletividade transformou a praça do Condomínio Jardim Paraíso, na Restinga, em espaço de desabafo, escuta, reconhecimento e construção de ideias e ações. A tarde deste domingo, 1º de novembro de 2020, foi um bonito e importante fôlego para a Campanha do Povo que Batalha.

Mulheres de vários cantos de Porto Alegre se uniram para conversar sobre os problemas da cidade e as opressões que sofremos. Karen Santos, candidata a vereadora pelo PSOL, e Fernanda Melchionna, candidata a prefeita pelo PSOL, denunciaram as injustiças e o descaso daqueles que estão no poder somente em benefício próprio.

Sentimos na pele os efeitos da crise agravados pela pandemia: a falta de renda é um dos principais, que não passou nem perto de ser resolvida com o auxílio emergencial. Muita gente que precisava não conseguiu receber, por conta de uma assistência social sucateada de propósito pelo governo municipal de Marchezan, e da burocracia criada pelo governo Bolsonaro.

A falta da renda tem nome e sobrenome: desemprego e trabalho precário. As mulheres fazem o que podem para se virar, sustentar a família, mas há pouco espaço no mercado de trabalho, e quando há, é sem direitos. Através da terceirização, somos contratadas e descartadas sem respeito algum, e as empresas caloteiras seguem concorrendo à licitação e perdoadas pelos governantes.

A negação e violação de direitos são permanentes. O racismo é desculpa para salários baixos, desumanização e preconceito escancarado. O transporte, que já era ruim, piorou com a pandemia, com redução de linhas como Alimentadora, muita aglomeração e riscos de contágio. A moradia irregular, conquistada com tanta luta, é negligenciada pela prefeitura, que deixa famílias sem água encanada e esgoto, sem luz e coleta de lixo. As moradias do Minha Casa, Minha Vida têm problemas, e as famílias estão correndo risco em construções de má qualidade.
Dentro de casa, também há sufoco, desde a violência doméstica até a tripla jornada de trabalho, estudo e cuidados com a família e a falta de creches, que nos sobrecarrega e impede de ter tempo livre. Os filhos, na maioria das vezes totalmente sob nossa responsabilidade, são motivo de alegria, mas também muita preocupação, por causa de um presente difícil e um futuro incerto.

Por tudo isso, plantar sementes de resistência tem sido a saída que encontramos juntas. Nós botamos fé na mobilização, em pensar juntas saídas e soluções, em exigir o que é nosso por direito. Seja através de protestos na rua, abaixo-assinados, organização nos locais de trabalho, estudo e moradia ou atos em instituições públicas que deveriam nos atender.

A política é espaço para as mulheres, sim. Nela tem lugar para o grito, para a revolta, e também para a mão estendida que mostra que não estamos sozinhas. A solidariedade é uma característica do nosso povo, e a organização e união das mulheres e homens que batalham é o caminho para transformarmos esse mundo pelas nossas mãos.

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Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores apoia candidatura de Karen Santos

A Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST) declarou apoio à candidatura de Karen Santos (PSOL) para a vereança de Porto Alegre, e também para Fernanda Melchionna (PSOL) à prefeitura.

Leia, na íntegra, a declaração:

Em Porto Alegre, vamos com o PSOL: Fernanda Melchionna prefeita e Karen Santos vereadora!

Por: Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST/RS)

A vida não está fácil para a população pobre e trabalhadora de Porto Alegre. O prefeito Marchezan (PSDB), seguindo a mesma linha dos governos Bolsonaro e Leite, descarrega todo o peso da crise nas costas da população mais necessitada. A pandemia do novo coronavírus evidenciou ainda mais o abandono em que se encontra a cidade: são anos de sucateamento dos serviços públicos, processo agravado na atual gestão tucana.

O prefeito demitiu mais de 1200 trabalhadores do IMESF (Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família). As trabalhadoras terceirizadas de limpeza e cozinha das escolas municipais estão sem receber há 2 meses, sendo que 700 delas foram demitidas e estão sem seguro-desemprego nem acesso ao FGTS há 2 meses. No primeiro ano de seu governo, Marchezan impôs uma nova rotina nas escolas municipais (sem nenhum diálogo com servidores ou com as comunidades escolares), diminuindo o tempo de permanência dos alunos na escola.

Os servidores municipais foram colocados como responsáveis pela crise econômica e, utilizando-se desse discurso, o prefeito retirou uma série de direitos históricos da categoria. No entanto, mantiveram-se os privilégios dos altos cargos, dos vereadores e dos CCs.

O processo eleitoral deste ano começou com reviravoltas e divisões no bloco governista da cidade. Marchezan é alvo de um processo de impeachment, sob justificativa de uso indevido de R$ 3,1 milhões destinados ao investimento em saúde para ações de publicidade. O atual vice-prefeito, Gustavo Paim (Progressistas), rompeu com o governo e concorre em outra chapa. Além disso, o ex-prefeito José Fortunati (PTB) e seu ex-vice, Sebastião Melo (MDB), concorrerão também separadamente.

Nesse contexto de grande fragmentação, onde foram lançadas 13 candidaturas, defendemos Fernanda Melchionna (PSOL) como aquela verdadeiramente comprometida com os trabalhadores e a maioria da população porto-alegrense. Devemos denunciar os candidatos da extrema direita e da direita que, embora não estejam coligados a Marchezan, representam o mesmo projeto do atual governo, como o candidato Valter Nagelstein. Ainda em março, Nagelstein deixou o MDB para se filiar ao PSD, aproveitando a “janela partidária” para trocar de legenda.

É preciso também apontar que outras candidaturas que reivindicam a oposição, como Juliana Brizola (PDT) e Manuela d’Ávila (PCdoB/PT), aplicam medidas muito semelhantes às do governo Bolsonaro onde governam. Durante a pandemia, ignorando recomendações dos especialistas em saúde, flexibilizaram a quarentena nos estados e municípios que comandam, jogando grande parte da população para a exposição ao coronavírus. Nos estados do Nordeste governados por PT e PCdoB, foram implantadas reformas da previdência nos mesmos moldes do projeto aprovado pelo governo federal.

No Congresso, esses partidos votaram a favor de projetos que retiram direitos dos trabalhadores, como a MP 936, que chegou a ter Orlando Silva (PCdoB) como relator. O PDT chegou a votar a favor do projeto que ficou conhecido como a privatização da água. Vários deputados desses partidos também votaram a favor do “perdão” das dívidas milionárias das igrejas.

Nós, da CST, defendemos que o PSOL formasse uma Frente de Esquerda e Socialista com UP, PCB e PSTU para a eleição de Porto Alegre. Saudamos a aliança que conseguiu se concretizar com os dois primeiros partidos (além de outros agrupamentos, como CEDS, A Marighella e UCB) e ao mesmo tempo lamentamos que o PSTU não tenha composto conosco esta frente. Avaliamos que a chapa composta por Fernanda Melchionna e Márcio Chagas apresenta, desde o seu projeto de construção coletiva do programa de governo, um potencial de motivar não só os setores mais mobilizados da nossa cidade, mas o conjunto da população porto-alegrense, no sentido de uma candidatura-movimento.

O PSOL nunca foi governo e sempre se posicionou de forma contrária a projetos que atacassem direitos da classe trabalhadora. Defendemos um governo amparado na mobilização popular, para garantir os direitos daqueles/as que também nunca governaram: a classe trabalhadora, as mulheres, a população negra, as LGBTs. Temos que superar os limites do Orçamento Participativo e impulsionar um governo de novo tipo, onde a classe trabalhadora decida tudo através de assembleias populares, e que cobre as dívidas das grandes empresas sonegadoras e barre as terceirizações, bem como as privatizações. Por isso, para prefeita de Porto Alegre é Fernanda Melchionna 50!

Para o cargo de vereadora, apoiamos Karen Santos: uma professora negra, lutadora e que, atualmente como vereadora, tem colocado seu mandato a serviço das lutas do povo trabalhador. Karen tem uma destacada atuação na defesa dos serviços públicos e dos/as servidores/as municipais e estaduais, pelos direitos das categorias profissionais terceirizadas, contra os ataques dos governos Marchezan, Leite e Bolsonaro. Seu mandato tem sido um megafone das lutas das mulheres e do povo negro, com um trabalho muito enraizado nas comunidades periféricas. Portanto, para vereadora de Porto Alegre é Karen Santos 50555!

Vote nas candidaturas do PSOL e lute contra a retirada de direitos!

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Karen Santos é pré-candidata a vereadora de Porto Alegre

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) realizou, na noite da última quinta-feira (10), a convenção eleitoral que aprovou as pré-candidaturas deste ano para a prefeitura e para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O evento ocorreu de forma virtual, devido às restrições impostas pelo período de pandemia causada pelo Coronavírus.

A convenção do PSOL aprovou a pré-candidatura de Karen Santos para vereadora de Porto Alegre. Além disso, também se confirmaram os nomes de Fernanda Melchionna e Márcio Chagas como pré-candidatos do partido à prefeitura.

A pré-candidatura de Karen é uma construção do Coletivo Alicerce e impulsionada por muitas mãos. Apesar da gravidade do momento de pandemia e milhares de mortes no Brasil, a pré-campanha inicia com disposição para ouvir as demandas do povo batalhador de Porto Alegre, e com compromisso de ajudar a ecoar as vozes que se indignam com tudo o que os de cima fazem para sufocar a população.

– Esse será mais um espaço para dialogar com o povo porto-alegrense sobre a tragédia que foi o governo de Nelson Marchezan Jr. nestes últimos quatro anos. Um governo que perseguiu trabalhadores ambulantes, que perseguiu os trabalhadores rodoviários, que destratou a população em situação de rua. E um governo que, diante da pandemia, deixou a população passar fome por falta de políticas emergenciais de assistência social – afirmou Karen.

Para a pré-candidata, a disputa eleitoral é um momento de uma batalha que se dá cotidianamente e que não termina no dia das eleições. Um período que se abre para debater com a população sobre a segregação que existe em Porto Alegre, o racismo, as diferentes formas de violência sofridas pelas mulheres, problemas do transporte público, falta de emprego e o tipo de trabalho que existe hoje na cidade, as perspectivas de futuro que estão colocadas para a juventude, além de conversar e ouvir das pessoas sobre os impactos desta que tem sido uma das maiores crises já enfrentadas.

– Acreditamos na união e na solidariedade como forças que impulsionam a luta por uma vida digna e com garantia de direitos para todas e todos. As coisas precisam mudar e essa mudança precisa nascer das mãos do povo e que batalha – finaliza