A política de enfrentamento ao HIV/AIDS está em crise e sob ameaça no Brasil. Hoje, ainda somos referência mundial, garantindo atendimento gratuito e universal, tratamento (antirretroviral), testagem e preservativo. Tudo gratuito, tudo pelo SUS.
São os ataques à saúde pública e a reafirmação de uma ideologia preconceituosa que colocam em risco esse programa. Em 2020, Bolsonaro disse que quem vive com HIV é uma despesa para o Estado, como se a saúde não fosse um investimento, um direito de todos/as.
Seu governo também modificou o Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis – HIV, AIDS e Hepatites, extinguindo e dissolvendo esse órgão que era responsável por colocar em prática as políticas. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos defendeu a abstinência sexual como prevenção, e junto de outros setores sociais luta para combater a educação sexual nas escolas, que é fundamental para uma política séria de prevenção.
O projeto que está em curso é de retrocesso e redução de investimentos. Reforça uma ideologia que foi por muito tempo reverberada pela ciência, que destaca pessoas como “grupo de risco”, e utiliza o preconceito para justificar que o Estado não cumpra seu papel como garantidor de saúde pública e de qualidade para a população.
É preciso defender o SUS e a atenção primária, que com as estratégias de saúde da família têm profissionais de saúde capacitados para atender e acompanhar as pessoas que vivem com HIV/AIDS. É preciso lutar por educação sexual nas escolas, sem tabus, e pela manutenção das medicações gratuitas e distribuídas no SUS, direito que está sob ameaça de restrição (conforme classe social, gênero, ou outras avaliações que os governos podem fazer com o perfil da população).
Foi a organização e luta de diversos setores sociais que conquistaram os direitos que existem hoje. Dia 1º de dezembro é dia de celebrar essas conquistas mas principalmente se manter resistente. Defender e fortalecer o SUS! É dever do Estado proporcionar informação e prevenção, acesso aos serviços e qualidade de vida e longevidade para as pessoas que vivem com HIV/AIDS.