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SUS DO TRANSPORTE OU S.O.S EMPRESÁRIOS

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, escreveu no dia 17/04, um artigo para o Jornal do Comércio onde, além de refazer promessas, defende mais uma vez sua ideia de solução para a crise de mobilidade urbana; O SUS DO TRANSPORTE.

A esperteza do prefeito salta aos olhos. Melo traz para o debate o maior e melhor exemplo de política social já construída nesse país, o Sistema Único de Saúde. Elaborado e encampado por Movimentos Sociais das décadas de 70 e 80, antes de ser contaminado pelos diversos interesses privatistas que hoje parasitam o sistema de saúde com terceirizações, parcerias, planos de saúde, esquemas de corrupção, o SUS era originalmente regido por nobres princípios de Universalidade, Integralidade, Igualdade, Gratuidade, Participação Popular… bem diferente do que Melo defende e pratica.

Melo é muito seletivo no que quer trazer do SUS para o transporte público. Essencialmente, rachar a conta dos subsídios transferidos às empresas com as outras esferas do poder e chamar isso de unificação.

Sob a justificativa de manter o preço da passagem no valor atual, que já é muito acima do que realmente vale, milhões de reais são transferidos dos cofres públicos, ou seja, da arrecadação de impostos de toda a população, para as mãos de meia dúzia de empresários que há décadas exploram o transporte da cidade com um péssimo serviço oferecido.

A comparação com o SUS diz muito da concepção de gestão da atual prefeitura. Tanto para o transporte, quanto para a própria saúde e outros direitos, como educação e assistência social. Um governo arranjador de negócios privados e que recorre ao dinheiro público, extraído de um povo trabalhador, para socorrer os lucros de empresários falidos.

Se for pra chamar de SUS do transporte, então que ele seja GRATUITO, UNIVERSAL E PÚBLICO. Transporte não é mercadoria!

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