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Junho de 2013 – há 10 anos milhões de brasileiro tomaram as ruas do país.


Em Porto Alegre a luta iniciou contra a máfia do transporte, há anos sem licitação, e o anual aumento abusivo da passagem. O BASTA veio quando movimentos sociais e pessoas não vinculadas a política foram às ruas. Ninguém esperava que o movimento se tornaria algo gigante, extrapolou tudo o que conhecíamos.


É também nesse contexto que governos tanto federal quanto estaduais e municipais investiam rios de dinheiro público na preparação da Copa do Mundo 2014, removendo comunidades, violando todo o tipo de direitos humanos e superexplorando trabalhadores na construção dos estádios. Mas ruas e redes vimos muitos cartazes reivindicando ao invés de Copa, escolas e hospitais “padrão FIFA”.


Não era só sobre 20 centavos de aumento. Foi por saúde, educação, emprego, direito à cidade e ao lazer. Existia um descontentamento generalizado. Queríamos o tal Brasil do futuro que nunca chegava.


Nas periferias de um lado remoções urbanas, de outro as unidades de polícia pacificadoras (UPPs), legítimava a truculência policial, exterminando jovens negros, crianças e mulheres. Da parte do Estado Brasileiro a coerção aos atos foram intensas, investimentos bilionários em novas tecnologias de segurança e armamento. E do lado do legislativo e judiciário novos arcabouço legais (Lei Geral da Copa, Lei da Garantia e Ordem, Lei antiterrorismo) tratavam manifestantes como terroristas.


Em Porto Alegre tivemos uma experiência de unidade dos lutadores e ajudamos a construir o Bloco de Lutas que teve nas suas ASSEMBLÉIAS um papel crucial, inclusive propondo junto a ocupação da Câmara de Vereadores, um projeto de lei pelo passe livre (que virou uma mera indicação ao executivo) , e após um projeto de iniciativa popular para municipalização do transporte (que nunca chegou a ser protocolado).


As mídias alternativas também foram uma resposta potente as mídias tradicionais parciais. Atuavam na cobertura independente dos atos e como tudo nessa vida, foi um fenômeno disputado por todas as matizes políticas. Os desdobramentos ainda vamos analisar. Mas antes queremos saber, tu chegaste a participar de junho de 2013? Do teu bairro, da tua cidade, como tu percebeu esse movimento?

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