Atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo tem uma longa carreira como político na cidade. Vereador de 2001 a 2012, vice-prefeito de 2013 a 2016, deputado estadual de 2019 a 2021, quando então assumiu a prefeitura, após vencer a Manuela numa campanha suja, típica do bolsonarismo.
Aproveitando que a gestão anterior foi de puro abandono e injetando milhões de dinheiro público em autopropaganda e publicidade, Melo conseguiu criar uma maquiagem de zeladoria e cuidado com a cidade.
Em pesquisa recente, aparece como líder para reeleição. Mas pra além das aparências, como anda a cidade de Porto Alegre?
Com uma base sólida na Câmara, Melo praticamente faz o que quer, aprova qualquer projeto que represente oportunidade de negócios para o empresariado e veta tudo que venha da esquerda ou que signifique algum direito social ou iniciativa popular. Melo até senta pra conversar, fala em diálogo, mas desde que a decisão tomada seja a dele.
Criou uma rede de prefeitos de bairros e praças, eleitos sabe-se lá por quem, que funcionam como cabos eleitorais permanentes.
Com fotos nadando no Lami ou capinando algum mato, produz uma imagem de homem do povo, mas óbvio, sem compartilhar com esse povo do sufoco todo dia no ônibus, ou da falta de creche, de água, de saneamento, asfalto, ou da violência. Melo vive com os de cima e cuida dos seus negócios.
Derrotá-lo, exige uma ampla campanha de denúncia e muita conversa com o povo, pois o projeto de uma Porto Alegre maquiada para poucos e do sufoco para muitos, não espera a eleição de 2024 para ser colocado em prática.