Karen Santos é professora de educação física formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Acima de tudo, Karen é uma lutadora contra a discriminação racial e o genocídio da juventude negra, contra o machismo e em defesa da igualdade entre homens e mulheres, em defesa dos direitos da população – sobretudo do trabalho digno, da educação e da saúde públicas e de qualidade e da moradia.
Filha de pai bancário do Banrisul e mãe secretária de escola estadual, desde cedo teve contato com debates de raça, classe e gênero no ambiente familiar. Trabalhou por dois anos como pesquisadora do IBGE, executando a POF e a PNAD. Nesse trabalho de averiguação das condições de vida dos porto-alegrenses e moradores da região metropolitana, viu-se diante de uma realidade segregada e discriminatória. Foi diante disso que decidiu participar da luta política a partir dos movimentos sociais.
Na Universidade, aproximou-se das lutas pela educação no movimento estudantil de educação física (MEEF). Compôs a vigília e a ocupação da UFRGS pelas Ações Afirmativas em 2012 e, no ano seguinte, fez parte da construção do Coletivo Negração – primeiro coletivo de estudantes cotistas da UFRGS, antirracista e pela garantia da política de cotas na universidade. Nesse processo, passou a integrar também a Frente Quilombola RS – espaço de articulação dos quilombos urbanos de Porto Alegre.
Nessa caminhada de movimento estudantil e movimento negro, atuou ativamente na luta contra a discriminação racial e o genocídio da juventude negra. A Frente Negra Contra o Genocídio, Frente Negra Contra a Redução da Maioridade Penal e o Comitê pela liberdade do Rafael Braga foram processos importantes de sua formação política junto ao Movimento Negro.
Em 2013, participou ativamente das jornadas de junho e passou a construir o Coletivo Alicerce. E foi pelo entendimento das tarefas colocadas em Junho, de massificar o debate político de crise e de Brasil com o povo, que, em 2016 decidiu, juntamente com o Coletivo, concorrer a vereança de Porto Alegre, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Desde então estamos em campanha. A Campanha do Povo que Batalha é uma campanha militante e permanente, realizada por muitas mãos, que prioriza o diálogo franco com a classe trabalhadora e se propõem a conhecer ainda mais de perto a realidade da cidade e as dificuldades do povo batalhador. Com esse compromisso, alcançamos a primeira suplência do partido.
Em 2019, após a eleição da companheira Fernanda Melchionna para deputada federal, assumiu como vereadora titular de Porto Alegre. Em 2020, foi eleita a vereadora mais votada de Porto Alegre, com 15.702 votos. Através de um mandato coletivo, está parlamentar da cidade, tendo sido, entre os anos de 2019 e 2020, a única mulher negra a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal. No parlamento, trava batalhas contra projetos de leis que visam atacar os direitos dos servidores municipários, que entregam para a iniciativa privada a administração de serviços que deveriam ser públicos, e contra o projeto neoliberal e privatista aplicado pelo governo municipal (atualmente sob gestão de Nelson Marchezan Júnior, do PSDB). Denuncia, na tribuna, os abusos e as negligências cometidos contra a população.
Além disso, Karen se destaca na atuação em prol de ecoar vozes daquelas e daqueles que mais trabalham e menos têm. Daquelas e daqueles
que vêm de baixo, que enfrentam o sufoco diário da exploração da força de trabalho, da opressão e das desigualdades.
Também foi indicada como Procuradora Especial da Mulher na Câmara de Vereadores em 2019, função que exerceu acolhendo casos de
violência de gênero em Porto Alegre, conhecendo a estrutura e os limites da rede municipal de atendimento às mulheres e discutindo políticas públicas para o avanço na busca por igualdade de direitos na cidade. A atuação parlamentar, no entanto, não tira seus pés das ruas.
Karen acredita na coletividade e na organização da revolta e da luta do povo como forma de construir um outro mundo, uma outra sociedade, a partir da perspectiva do povo trabalhador e da juventude.
É por isso que dedica seu tempo para panfletagens, atos e mobilizações, visitas nas comunidades, reuniões com trabalhadoras e trabalhadores, atividades de debates sobre racismo, crise e formação do Brasil em escolas e universidades